Acadêmicos do 3º período do curso de Serviço Social da Faculdade de Educação de Jaru (Unicentro) realizaram na noite desta terça-feira (22) no auditório da instituição a apresentação de trabalho da disciplina de Ciências Políticas, ministrada pelo professor Dílson José Martins.
A turma foi dividida em dois grupos e utilizaram de vários recursos para realizar a apresentação da atividade extra-classe. O trabalho teve como base alguns dos filósofos medievais e modernos e suas obras, entre eles: São Tomás de Aquino, Charles de Montesquieu e Thomas Hobbes.
O primeiro grupo abordou São Tomás e contou com uma breve explanação do padre Vital Corbellini sobre que foi aquele filósofo, que nasceu em Aquino por volta de 1225. Tomás era ligado à dinastia Hohenstaufen do Sacro Império Romano-Germânico. Aos cinco anos, Tomás começou sua instrução inicial em Monte Cassino, mas depois do conflito militar que ocorreu entre o imperador Frederico II e o papa Gregório IX na abadia, no início de 1239.
São Tomás morreu aos 49 anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia para Lião a fim de participar do Concílio, a pedido do Papa. Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na Escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles.
A partir dele, a Igreja tem uma Teologia (fundada na revelação) e uma Filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão.
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração: Primeira via – Primeiro motor imóvel: tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido; Segunda via – Causa primeira: decorre da relação “causa-e-efeito” que se observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita; Terceira via – Ser necessário: existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser; Quarta via – Ser perfeito: verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a causa da perfeição dos demais seres, e Quinta via – Inteligência ordenadora: existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.
O outro grupo falou sobre Charles-Louis de Secondatt, ou simplesmente Charles de Montesquieu, que foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos Poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais.
Aristocrata, filho de família nobre, nasceu no dia 18 de Janeiro de 1689 e cedo teve formação iluminista com padres oratorianos. Revelou-se um crítico severo e irônico da monarquia absolutista decadente, bem como do clero católico. Adquiriu sólidos conhecimentos humanísticos e jurídicos, mas também frequentou em Paris os círculos da boêmia literária. Morreu em Paris, no dia 10 de Fevereiro de 1755.
Abordou ainda o filósofo inglês Thomas Hobbes, que também foi matemático, teórico político, e autor de Leviatã (1651) e Do cidadão (1651). Na obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. No estado natural, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos (Bellum omnia omnes). No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social.
Thomas Hobbes defendia a ideia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. Para ele, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Ele faleceu na Inglaterra em 4 de dezembro de 1679.
Acadêmicos de outras turmas do curso de Serviço Social da Unicentro também participaram do evento.
Fonte: Assessoria de Imprensa